ESPAÇO CORPORATIVO em edifício na avenida paulista
Categoria: Corporativo | Cliente: N/A | Endereço: São Paulo, Brasil | Área do projeto: 32.000m² | Ano do projeto: 2018
Equipe: MARCOZERO Estudio, Piratininga Arquitetos Associados | Fotos: N/A
Para ser um banco da cidade a entrada da sua sede deve estar voltada para a rua principal.
Melhor ainda do ponto de vista urbanístico se possuir mais de uma entrada voltada a outras vias do seu entorno.
Essa permeabilidade urbana, operada pela implantação edilícia no território e pautada por fluxos de pessoas que em um só tempo se concentram e se dispersam entre o edifício e às suas vias de entorno, promove aos seus usuários uma atmosfera plena de transparência, liberdade e acolhimento e consequentemente uma identidade entre ele e esse meio-ambiente.
A nossa intervenção no prédio do banco começa por aí, isto é, afirmando o conceito de permeabilidade urbana a partir do resgate da sua entrada principal pela Avenida Paulista.
É bem verdade que ela já é quase que existente, precisando apenas de pequenas intervenções para resgatar a beleza presente no lobby grandioso e belo do térreo Paulista.
Nosso foco é descobrir e revelar as virtudes arquitetônicas e urbanísticas escondidas nos diferentes pavimentos do edifício de modo a promover a beleza da geometria, proporção e materialidade já presentes nesse emblemático edifício, além de potencializar as visuais da paisagem urbana que se estendem em seu entorno.
Nossa primeira ação começa em tornar presente e mais evidente o eixo Paulista – Santos a partir da retirada de trechos da laje entre esses pisos possibilitando assim a conexão visual tão necessária para a materialização espacial desse eixo.
O resultado dessa intervenção é simples e singelo, mas, ao mesmo tempo, grandioso não só pela escala promovida pelos pés-direitos que vem qualifica os novos lobbys da Paulista e da Santos, mas pela dinâmica visual que esse novo arranjo espacial promove ao observador que nesses lobbys se movimenta.
Será necessário o conhecimento melhor do funcionamento, dinâmica e cultura corporativa dos diferentes departamentos que compõe os escritórios do que estarão abrigados no prédio no início da terceira década do XXI para se ter uma definição mais precisa e consequente das intervenções a serem feitas nesses ambientes de trabalho promovendo assim maior qualidade de satisfação e bem-estar dos seus usuários.
No entanto no nosso entendimento partimos para outras ações de intervenção no edifício a partir do seu potencial espacial bem como dos modelos que acreditamos estruturarem os ambientes dos escritórios contemporâneos pautados sobretudo pelas novas tecnologias advindas da indústria 4.0 e pelas mudanças de comportamentos geradas por elas nas vidas das pessoas.
Assim o espaço de trabalho deve promover e estimular ambientes com diversidade de atividades que abriguem diferentes usos e modos de trabalhar, de se conectar, de pesquisar, de concentrar, de divertir-se e de relaxar dentre outros.
Balancear essas ações funcionais é o segredo para constituir um ambiente produtivo e harmônico que estimule e promova a criatividade, a reflexão, a identidade e o bem-estar de seus colaboradores.
Aliado às práticas de sustentabilidade ambiental e de melhor aproveitamento dos recursos naturais o novo conceito de ocupação que ora apresentamos aos escritórios do banco caminha na direção de estabelecer e balancear os ambientes privados com àqueles de compartilhamento seja no âmbito do trabalho individual seja do trabalho em equipe.
De modo que o zoneamento do andar foi estruturado da seguinte forma:
- Junto a circulação principal do andar e que a companha em toda a sua extensão foi locado um conjunto de salas fechadas formado por salas de reunião, salas de foco, phone booths e demais ambientes que necessitam de privacidade individual ou do grupo;
- O ambiente do staff, com as suas estações de trabalho, foi implantado no restante do salão limitado de um lado pelo conjunto de salas fechadas e de outro pelas janelas que vedam a grelha rosa da fachada;
- Nas duas extremidades do andar, plantas de formas circulares, estão localizados os ambientes destinados aos trabalhos colaborativos, de reuniões informais, apresentações de ideias e de descontração e de relaxamento.
Aliado ao zoneamento das atividades funcionais entendeu-se que outras intervenções físicas são necessárias no edifício de modo a promover maior integração entre os departamentos e inspirar a criatividade de seus usuários.
Essas intervenções preveem aberturas de lajes e instalação de escadas entre os andares de modo a possibilitar a conexão visual e física para a circulação entre esses pavimentos.
A partir dessas aberturas, pés-direitos duplos ou triplos serão constituídos entre os pavimentos possibilitando uma atmosfera de integração e de uma luminosidade particular entre os andares.
Os degraus da escada de modo natural poderão constituir pequenos anfiteatros que poderão servir para realização de reuniões ou apresentações de trabalhos que necessitam de um número maior de participantes.
Certamente essas aberturas só poderão ser realizadas respeitadas as normas de segurança do poder público e de proteção dos seus usuários.
No 17º pavimento foi dedicado aos clientes do Banco com cozinha de apoio para almoços, além de abrigarem as salas de reunião e os ambientes de estar interno e externo dedicados a ele.
Foi proposta nas duas extremidades do terraço, cuja forma gótica arrebata a qualquer um de nós, níveis de fechamento para mitigar o desconforto das intempéries do tempo e manter a ventilação dos chillers localizados no 19º A.
O 18º andar foi dedicado exclusivamente a presidência e a diretoria do Banco onde se tem uma vista privilegiada do terraço e da paisagem da cidade.